Data da Publicação: 18/12/2020
CONVITE DE DEFESA PÚBLICA DE DISSERTAÇÃO
PROGRAMA DE POS-GRADUACAO EM LETRAS
CONVITE DE DEFESA PÚBLICA DE DISSERTAÇÃO DO CARLOS EDUARDO DO VALE ORTIZ
Convidamos toda a comunidade acadêmica e demais interessados para a defesa de dissertação da mestranda CARLOS EDUARDO DO VALE ORTIZ do Programa de Pós-Graduação Mestrado Acadêmico em Letras da Universidade Federal de Rondônia (PPGML/UNIR).
INFORMAÇÕES DO EVENTO
O ACESSO DO NEGRO À UNIVERSIDADE SOB UM OLHAR DECOLONIAL
As cotas raciais, como é popularmente conhecida, surgiram em agosto de 2012 por meio da lei 12.711/2012. A mesma tem como elemento característico, a reserva de parte das vagas para os candidatos pretos, pardos e indígenas. Com o surgimento da nova diretriz, a sociedade e suas respectivas estruturas se polarizaram e o processo fez com que houvesse o surgimento dos mais diversos pressupostos no discurso das pessoas. Assim, o jovem negro que decida ingressar na universidade - pública ou privada - pode optar pelo sistema de cotas. Desse modo, o acesso à universidade passou a ser uma realidade possível para uma grande parcela da sociedade. Em contrapartida, os cotistas - pessoas que ingressam na universidade por meio da lei de cotas - passaram a ser estereotipados na sociedade em um âmbito geral, e tal estereotipia alimenta e propaga o óbice do racismo. Dessa forma, justifica-se esta pesquisa, cuja finalidade maior é demonstrar por meio da análise de conteúdo os traços da colonialidade em nossa cultura. Sendo assim, o objeto de estudo, desta pesquisa, notícias sobre a revogação das cotas na pós-graduação. O objetivo geral da pesquisa é evidenciar e registrar os traços de colonialidade e colonialismo presentes no discurso social sobre os pretos. No que compete ao corpus, foram coletados comentários em notícias selecionadas que foram usados para formar dimensões de análise. A metodologia adotada foi a linha de pesquisa Pós - colonial, visto que a mesma esclarece as ideias de como funciona a refinaria da colonialidade em questões socioculturais. O aporte teórico escolhido concentra-se nos estudos de Bhabha (1999), Fanon (1968), Maldonado (2007), Pratt (1999), Quijano (2005) Tagliani (2020) e Bardin (1977) que fundamentam e esclarecem os pontos relativos à colonialismo, colonialidade, estereótipos e atuação desses preceitos na cultura e sociedade como produtos da colonização, e tal conjuntura encontra apoio nos preceitos da análise de conteúdo. Para subsidiar os estudos a respeito das cotas raciais, trouxemos Flávia Piovesan (2011), Nilma Lino Gomes (2005) e Marcelo Henrique Tragtenberg (2006). Os resultados demonstram que o tema em questão evidencia crenças ligadas a colonialidade que passeiam pelas estruturas sociais, culturais e políticas do Brasil.